SONHO
Às vezes em
momentos de descontração fujo da realidade e viajo candidamente para o universo
dos meus sonhos. Nesse misto de utopia e realidade, vejo minha cidade brilhar
culturalmente transformada como num conto de fadas, artisticamente mudada como
num milagre, aquele que ocorre nas mãos dos artesãos, quando transformam sua
matéria prima em obras de arte.
Nesse
sonho posso ver as pessoas tendo acesso a bens culturais diversos.
Numa
galeria há um espaço com uma “Pinacoteca Santanense”, e a população visita
exposições variadas, que contemplam artistas da terra e dão lugar também a “Da
Vinci”, “Van Gogh”, “Tarsila”, “Picasso” e outros.
Os
professores e estudantes participam de uma grande bienal, uma Feira de Livros;
historiadores, poetas e escritores regionais estão em cada estande, ao lado dos
já consagrados Paulo Coelho, Cecília, Rachel, Drummond, Sheldon, etc.
Nos
finais de semana as famílias vão ao Teatro Municipal assistir peças que estão
em cartaz ou shows e musicais; vão ao cine ver a projeção do último filme
lançado, ou a uma galeria apreciar artes visuais diversas; vão aos museus,
bibliotecas, casas de cultura.
Nesse
sonho também vejo um Centro de Atendimento ao Turista com muitas associações
comunitárias de artistas e artesãos mostrando, divulgando e comercializando
seus produtos. Há oficinas de artes plásticas, reciclagem, desenho,canto, dança...
Grandes
espetáculos teatrais e musicais ao ar livre são mostrados em pontos estratégicos
da cidade, num show de talento, iluminação, cores e efeitos especiais. Os
expectadores silentes e educados assistem cada cena, e ao final de cada uma,
aplaudem e reverenciam seus artistas.
A
cidade está limpa, organizada e bem cuidada nos mínimos detalhes. Há hotéis,
pousadas e albergues com infraestrutura, bom atendimento; pessoas simpáticas e
cordiais em todo entorno, conhecedora de seus direitos e conscientes dos seus
deveres.
-Sandro!
Sandro acorda!... Você está dormindo?
-
Não, estava apenas sonhando acordado, mas enquanto este sonho meu não vira
realidade, eu vou tentando fazer a minha parte, cantando os versos de Milton:
“Vendedor de sonhos
tenho a profissão viajante
de caixeiro que traz na bagagem
repertório de vida e canções
tenho a profissão viajante
de caixeiro que traz na bagagem
repertório de vida e canções
E de esperança
mais teimoso que uma criança
eu invado os quartos, as salas
as janelas e os corações.
mais teimoso que uma criança
eu invado os quartos, as salas
as janelas e os corações.
Frases eu invento
elas voam sem rumo no vento
procurando lugar e momento
onde alguém também queira cantá-las.
elas voam sem rumo no vento
procurando lugar e momento
onde alguém também queira cantá-las.
Vendo os meus sonhos
e em troca da fé ambulante
quero ter no final da viagem
um caminho de pedra feliz.
e em troca da fé ambulante
quero ter no final da viagem
um caminho de pedra feliz.
Tantos anos contando a história
de amor ao lugar que nasci
tantos anos cantando meu tempo
minha gente de fé me sorri
tantos anos de voz nas estradas
tantos sonhos que eu já vivi...”
de amor ao lugar que nasci
tantos anos cantando meu tempo
minha gente de fé me sorri
tantos anos de voz nas estradas
tantos sonhos que eu já vivi...”
Raimundo Sandro Cidrão
Arte-educador
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