terça-feira, 17 de março de 2020

O CALVÁRIO DE JESUS 2020


                AVISO URGENTE!

                Levando em consideração o Decreto Municipal Nº 1603001/2020, de 16 de março de 2020, que estabelece medidas de prevenção e enfrentamento ao novo Coronavírus (COVID-19), venho comunicar ao público em geral e aos integrantes do Grupo Teatral Santanense, que o Espetáculo Teatral “O CALVÁRIO DE JESUS”, previsto para ser apresentado dia 04 de abril do ano em curso, está CANCELADO.
                Está medida visa conter a propagação de infecção e transmissão local e preservar a saúde pública, nessa pandemia global.
                Agradeço a compreensão e colaboração de todos.

                RAIMUNDO SANDRO CIDRÃO – Diretor Teatral






segunda-feira, 2 de março de 2020

MOVIMENTO DE BENIGNA - Como tudo começou


MOVIMENTO DE BENIGNA
Como tudo começou

No dia 15 de outubro de 1928 , nasce Benigna Cardoso da Silva, no Sítio Oiti dos Sirineus, nas proximidades do Povoado de Inhumas, em Santana do Cariri, sul do estado do Ceará.
Em 24 de outubro 1941, Benigna, órfã de pai e mãe adotada pela família “Sisnando Leite”, já uma adolescente de 13 anos de idade; é assassinada barbaramente a golpes de facão, quando ia pegar água numa cacimba nas proximidades da casa onde morava, depois de resistir às propostas sexuais do seu agressor Raul Alves. O hediondo crime que abalou todo o município, chamou a atenção de pessoas que, ao passarem pela estrada do povoado de Inhumas, iam até o local do martírio. Com o correr dos anos, devotos de diversas localidades, começaram a deixar num cruzeiro à beira da estrada, ex-votos diversos, em pagamento a promessas feitas, por graças alcançadas por intermédio da jovem mártir, que muitos consideravam “Santa”.
Ao publicar o livro “Resgatando a Memória de Santana do Cariri”, no ano de 1994, o professor Raimundo Sandro Cidrão, dedica um capítulo especial para o resgate da história comovente da heroína santanense Benigna.
Tendo conhecimento desta história de Benigna, de sua bravura e do seu martírio em tenra idade, com requintes de crueldade; o líder comunitário potiguar Ary Gomes do Nascimento (Cidadão Santanense), resolve visitar o cenotáfio do local do martírio, no início do ano de 2004; e lá, junto com o autor do livro supracitado, tem a ideia de realizar uma missa nesse lugar, para celebrar os 63 anos de morte daquela que os santanenses chamavam de “Santa” e “Mártir”.  Um retrato baseado nas informações, características e dados sobre Benigna foi feito pelo historiador Sandro Cidrão, assim como a composição de um hino.
Juntamente com o Professor Sandro, Ary mobilizou a comunidade de Inhumas, alguns contemporâneos e familiares de Benigna, criou uma Comissão Central para o Movimento em prol de Benigna Cardoso e da realização da primeira missa no local do assassinato, tendo como grande colaborador o senhor “Chico Pezinho”, junto com alguns familiares. Na data de 24 de outubro deste mesmo ano, a missa foi paga e o padre da época se deslocou da Casa Paroquial para celebrar no Sítio Oiti. Um caminhão serviu de palanque. Teve coral, violonista, cânticos, bandeirolas, carro de som; devotos. Uma multidão em torno de mil pessoas se deslocou após a missa, em procissão até à Capela de São Vicente, padroeiro de Inhumas, onde aconteceu uma apresentação teatral e queima de fogos. Se constituía esse evento, na I Romaria de Benigna.
Depois disso, muitas caminhadas foram feitas até o local, por devotos e pessoas que se engajavam no Movimento, sempre cantando e rezando o Santo Terço, periodicamente, com “cafés da manhã” comunitários. Ary Gomes se dividia entre a cidade de Natal e Santana do Cariri.
Na II Romaria, ocorrida em 24 de outubro de 2005, foi lançado também por Ary, um outro projeto: a construção de um Santuário-Memorial, como local de oração, meditação e para serem guardados os ex-votos. O Senhor Assis Fernandes doou o terreno, outros doaram materiais, dias de serviço; as mulheres faziam almoço e merenda. A Pedra Fundamental foi fincada nesse solo, e - em sistema de mutirão -, o sonho começou a tomar forma. Foi feita a “Campanha do Real” rua a rua, casa a casa; bazares; sorteios de prendas, visitas a empresas e outras atividades, em prol da concretização desta meta.
Em 2006 é feito o primeiro convite ao bispo da época D. Fernando Panico, para participar desta, que seria a III Romaria, com crescente participação de pessoas, devotos, visitantes e romeiros. Por problemas de agenda cheia, ele não pode comparecer.                                                                                                                                                                                                                    
Já com o santuário concluso, feito todo em pedra Cariri - desejo do idealizador de aproveitar o calcário laminado da região -, a Romaria de 2007 e a missa aconteceram neste local, com sua inauguração, bênção das instalações  e entrega  oficial à Paróquia Senhora Sant’Ana, na pessoa do Pároco Pe. Elias Ribeiro. Acontece também uma emocionante moto romaria, com bandeiras e buzinaço.                                                                                                                                                                                   

 Em 2008, na V Romaria, objetos de Benigna são expostos no Santuário, numa redoma de vidro: o seu vestido, doado por Tetê e Irani Sisnando; o pote que ela usava pra carregar água; uma cópia do batistério, com anotações feitas pelo Pe. Cristiano Coelho, vigário da época.
Na Romaria do dia 24 de outubro de 2009, vários grupos religiosos e caravanas de cidades circunvizinhas participam, concentrando no Distrito de Inhumas, uma multidão de mais ou menos cinco mil pessoas.
Após diversos convites feitos pela Comissão Central do Movimento de Benigna à Diocese, D. Fernando comunica por meio do então vigário da Paróquia Sra. Sant’Ana, Pe. Adalmiran Vasconcelos, que iria se fazer presente à Romaria; isto na manhã do dia 24.10.2010. Naquela tardinha chuvosa chegando ao Santuário, vendo a fé presente naquela multidão em torno de 7.000 pessoas e a santidade de Benigna se manifestando por meio da natureza; em sua emocionada homilia, o bispo falou estar vendo não o presente, mas a beatificação de Benigna num futuro próximo; quem sabe a primeira beatificação do Ceará.  Chamou Ary Gomes, Sandro Cidrão, os membros da Comissão e o Pe. Adalmiran, e anunciou o interesse da Diocese, em abrir o Processo de Beatificação de Benigna; para isso pediu que juntássemos todos os documentos e provas existentes, referentes a ela.
                No início de 2011, o bispo anuncia o novo pároco: o Pe. Paulo Lemos e seu auxiliar  Pe. Cícero Mariano, para a Paróquia de Santana. O italiano Monsenhor Vitaliano Mattioli é designado postulador da causa. Os trabalhos são intensificados na fase local de instauração do processo, e no dia 9 de abril deste ano, a Comissão Central liderada por Ary Gomes, entrega ao bispo um bem elaborado dossiê; e ao governador do estado Cid Gomes, um abaixo assinado com mais de 3 mil assinaturas, solicitando a pavimentação em paralelepípedo, do trecho que compreende Santana-Inhumas, facilitando assim, o trajeto dos romeiros.
 Nos anos de 2012 e 2013 acontece a Fase Diocesana do Processo de Beatificação de Benigna, com a concessão do “Nihil obstat”, pela Congregação das Causas dos Santos, do Vaticano. O Professor Raimundo Sandro Cidrão é designado pelo Tribunal Eclesiástico, como Diretor da Comissão Histórica.

Santana do Cariri-CE, março de 2020.